O mundo está envelhecendo a uma taxa histórica. De acordo com o relatório População Mundial da ONU, até 2050 haverá mais do que o dobro de pessoas com 65 anos ou mais do que crianças menores de cinco anos, e os idosos representarão 16% da população global.
Com o envelhecimento, vêm deficiências e doenças crônicas, como doenças cardíacas, câncer, diabetes e Alzheimer, superando as infecções como as principais causas de morte. O crescimento de incidência destas doenças ameaça gravemente a sustentabilidade financeira da maioria dos países, e a única maneira de evitar o rápido aumento do fardo econômico das doenças relacionadas à idade é encontrar maneiras de envelhecer de forma mais saudável.
Envelhecer com boa saúde se tornará cada vez mais um imperativo financeiro pessoal e nacional. Esta é uma oportunidade de ouro para a indústria do bem-estar! A ÚNICA maneira de evitar que o aumento da carga de doenças relacionadas à idade coloque em risco a sustentabilidade e o crescimento econômico é envelhecer de forma saudável. A indústria do bem-estar pode fazer isso de duas maneiras muito diferentes: uma de maneira natural e outra por meio da tecnologia.
- A forma natural (baixo custo) consiste em promover práticas simples de bem-estar que contribuam para uma vida mais saudável, principalmente na velhice. Praticar atividade física diariamente, socializar, comer e dormir bem são propícios para um envelhecimento saudável. A questão para a indústria do bem-estar é como incentivar a adoção destas práticas.
- O caminho tecnológico (extremamente cara) consiste em olhar para a gerociência (que estuda o envelhecimento biológico e as interações com doenças crônicas e saúde), Inteligência Artificial e big data para entender melhor como as causas do envelhecimento podem ser direcionadas pela inovação terapêutica. Uma quantia considerável é investida para transformar avanços científicos em produtos e tratamentos que permitirão um envelhecimento mais saudável.
Mas, atenção! O mercado de longevidade e maximização da expectativa de vida está agora repleto de produtos e soluções que ainda não foram revisados por pares nas principais publicações científicas ou cuja eficácia foi questionada pelas agências de saúde. Embora o WellnessEvidence.com mostre que estudos preliminares muito pequenos sugerem que a crioterapia de corpo inteiro (WBC) pode ter um impacto positivo em questões como qualidade do sono ou inflamação, o FDA dos EUA, por exemplo, afirma que os benefícios gerais de cura da crioterapia permanecem “não confirmados” e não existem, atualmente, estudos sobre seu impacto na longevidade. A pesquisa por outras soluções “milagrosas” para a longevidade, sejam suplementos ou jejum extremo, permanece muito fraca.
Este é um dos maiores paradoxos do bem-estar: cada vez mais pessoas o priorizam e, no entanto, o estado de nosso bem-estar individual e coletivo médio não tem melhorado nos últimos anos.
