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Pesquisa: treino intenso de musculação preserva força em idosos

 

 

Uma pesquisa realizada pela Universidade de Copenhague, na Dinamarca, revelou que praticar treinos intensos de musculação na terceira idade pode trazer benefícios duradouros na força muscular. A perda de musculatura e de força nessa idade é um conhecido preditor de má saúde, interferindo diretamente no equilíbrio, na mobilidade e autonomia do idoso.

Com o envelhecimento, há um declínio da musculatura, e os autores da pesquisa queriam verificar se o treino de força, que envolve exercícios de resistência como musculação e levantamento de peso, poderia ter efeitos a longo prazo para minimizar essa perda. Assim, recrutaram 451 idosos saudáveis para participar de um programa com duração de um ano. O programa permitiu ganhos expressivos que compensaram perda muscular posterior e uma das recomendações do estudo é que as atividades físicas sejam praticadas regularmente.

Os voluntários foram avaliados em quatro momentos: ao começar, ao completar o programa de 12 meses e depois de dois e quatro anos. Na avaliação final, todos tinham perdido tanto massa magra quanto força – como é esperado após tanto tempo sem se exercitar. No entanto, aqueles que haviam feito o treinamento mais intenso apresentaram a mesma capacidade inicial.

 

“Isso ocorreu porque o treino aumentou a força de forma significativa. Então, mesmo com a queda, conseguiram manter o que tinham no início”, avalia o profissional de educação física Everton Crivoi do Carmo, doutor em Ciências do Esporte e responsável pela preparação física no Espaço Einstein Esporte e Reabilitação, do Hospital Israelita Albert Einstein.

O resultado também pode ser explicado porque a força não está apenas associada à massa muscular. “Muitos dos ganhos de força podem estar relacionados a adaptações neuromusculares induzidas pelo treinamento, incluindo a velocidade de transmissão do impulso nervoso e melhores coordenações intra e intermuscular, sendo que esses ganhos podem ter efeitos mais duradouros. Esses benefícios a longo prazo é o que tem sido popularmente chamado de “memória muscular”, disse Crivoi.


Em idosos, a força é crucial não só para reduzir o risco de quedas, mas também para contribuir com o convívio social, fatores associados à longevidade. O ganho de força vai representar melhora funcional e exposição do idoso a atividades mais dinâmicas e desafiadoras. Por outro lado, cada vez mais estudos mostram o papel essencial dos músculos em todo o metabolismo, inclusive na imunidade. Mesmo com o declínio natural que ocorre com a idade, é possível aumentar a massa magra, ainda que o processo possa ser mais lento comparado aos jovens.

 

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