Os profissionais de fitness têm um papel fundamental junto aos jovens no combate aos danos provocados pelo excesso de tempo dedicado às redes sociais. Essa é uma das conclusões apontadas por um estudo recém-publicado e realizado pela Universidade de Birmingham, com financiamento do Instituto Nacional de Pesquisa em Saúde e Cuidados do Reino Unido.
Segundo a pesquisa, os jovens passam em média de duas a quatro horas por dia nas redes sociais e o maior uso de telefone já foi comprovadamente relacionado a menor bem-estar mental. O estudo “Escola Inteligente” concluiu que as proibições escolares não são a única resposta quando se trata de mitigar os danos do uso de celulares e das redes sociais. A Dra. Victoria Goodyear, pesquisadora-chefe da pesquisa, afirma que a indústria do fitness tem um papel fundamental a desempenhar, justamente porque “grande parte do conteúdo de mídia social consumido pelos jovens é sobre imagem corporal. Assim, profissionais de fitness têm um papel fundamental de orientar sobre a prática da atividade física de forma saudável.”
A professora de Pedagogia, Atividade Física e Saúde na Universidade de Birmingham, Victoria garante que este estudo é a primeira avaliação mundial do impacto das políticas de telefonia escolar no bem-estar mental de adolescentes. Os resultados foram divulgados em um momento em que o tema ganha força em todo o mundo. O uso de celulares e redes sociais está sendo cada vez mais responsabilizado pelo declínio alarmante da saúde mental de menores de 16 anos. A Austrália proibiu recentemente as redes sociais para essa faixa etária e há lobby para que o mesmo seja feito no Reino Unido.
A pesquisa mostra que quanto mais tempo os jovens passam em seus telefones e mídias sociais, piores são os resultados em termos de bem-estar mental, ansiedade, depressão, níveis de atividade física, sono, comportamento disruptivo em sala de aula e desempenho educacional em inglês e matemática. Victoria disse que isso significa que “combater o uso do telefone nas escolas não é suficiente para causar impacto, a questão precisa de uma abordagem holística e multifacetada e o setor de fitness tem claramente um papel a desempenhar.” Além de trabalhar com formuladores de políticas, escolas e professores, a Universidade de Birmingham está trabalhando com a UK Active nas implicações para o setor fitness. “O setor fitness pode, de fato, liderar nesse sentido e mostrar como os celulares podem ser usados de maneira positiva para impactar a atividade física e o sono e que níveis moderados, responsáveis e seguros de uso podem ser apoiados ao mesmo tempo “, afirma a doutora.
Com um estudo internacional mostrando que seguir influenciadores fitness pode motivar os jovens a se exercitarem mais vigorosamente e comerem mais frutas e vegetais, mas muitas vezes às custas de sua saúde mental, é hora de a indústria fitness assumir o controle do espaço com conselhos sólidos e mensagens apropriadas.