“Não podemos continuar a desvalorizar as pessoas”. Em uma vitória para o setor de saúde e fitness do Reino Unido, o secretário de saúde, Wes Streeting, disse que os clínicos gerais deveriam encaminhar as pessoas para academias e clubes de saúde em vez de escrever atestados médicos. Uma das propostas do governo acaba de ser aprovada e é uma grande vitória para academias e clubes de saúde, já que os centros WorkWell ganharam poder para encaminhar consumidores à prática de atividade física. Academias de ginástica estarão entre as opções de encaminhamento, assim como serviços de gestão de dívidas e aconselhamento de carreira. O objetivo é que os centros WorkWell apoiem as pessoas no retorno ao trabalho e evitem que fiquem doentes.
Com 2,8 milhões de pessoas atualmente afastadas do trabalho por problemas de saúde, a cultura do atestado médico é custosa para os indivíduos, para o NHS (sistema de saúde pública: o SUS do Reino Unido) e para a economia como um todo. No ano passado, o NHS emitiu mais de 11 milhões de atestados médicos, e 93% deles simplesmente declararam pessoas “inaptas para o trabalho”, sem alternativa ou plano para ajudá-las a encontrar um emprego ou permanecer no mercado de trabalho. Os motivos mais comuns para o absenteísmo por doença de longa duração são problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão, e distúrbios musculoesqueléticos, como dores nas costas e lesões.
O governo do Reino Unido se comprometeu a fazer com que as pessoas voltem ao trabalho. Os encaminhamentos serão feitos pelos centros WorkWell: quinze estão em fase piloto e contarão com uma equipe de profissionais especializados, como terapeutas ocupacionais, que podem trabalhar com os indivíduos para apoiá-los no retorno ao trabalho. Ir à academia é uma das opções sugeridas, juntamente com coaching de carreira e acesso a gestão de dívidas. As equipes de médicos de clínica geral também serão capacitadas para aprimorar sua capacidade de apoiar os pacientes com trabalho local e aconselhamento sobre saúde.
As evidências do projeto piloto serão usadas para embasar a abordagem mais ampla do governo em relação ao trabalho, saúde e qualificação. A expectativa é que o programa ajude 56 mil pessoas com deficiência e problemas de saúde a retornarem ao mercado de trabalho ainda em 2026.
Secretário de Saúde e Assistência Social, Wes Streeting, disse que a sociedade doente custou aos contribuintes quantias exorbitantes e não pode continuar assim: “Não podemos continuar descartando pessoas. Cada pessoa que ajudamos a voltar ao trabalho não está apenas transformando sua própria vida, está contribuindo para nossas comunidades, nossa economia e quebrando o ciclo que tem prejudicado o Reino Unido. Este piloto visa mudar fundamentalmente a conversa de ‘você não pode’ para ‘como podemos ajudá-lo?’”.