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Richard Bilton e CIA Athletica: 40 anos de pioneirismo e inovação “sem descanso!”

O bate-papo amigável com um dos pioneiros e mais bem-sucedidos empresários do mercado nacional de fitness foi o suficiente para revelar o porquê de tanto sucesso e deixar claro que o slogan “gente cuidando de gente” não é apenas uma frase de marketing, mas é verdadeiramente o que move todos na Companhia Athletica, a começar por seu fundador.  Richard Bilton não é apenas o CEO de uma empresa referência para milhares de gestores de academias, mas é também uma liderança admirada por quem atua no fitness brasileiro, dos dinossauros do setor aos que acabaram de ingressar nessa jornada. Ele é um defensor do associativismo desde o início de sua empresa, fundada em 1985, e compartilha com o mercado suas boas práticas de gestão. Bilton está na ata de constituição da ACAD Brasil, é membro da diretoria da Associação desde 2016 e foi o primeiro brasileiro eleito para integrar o board da Health & Fitness Association – HFA, a maior entidade mundial.

Este ano, a Companhia Athletica completa 40 anos de atividades! Quatro décadas marcadas pelo pioneirismo, inovação e muito, muito trabalho! Como diz o empresário: “não existe descanso!” São 18 unidades em funcionamento, duas inauguradas este ano, e a com a 19ª prevista para ser inaugurada em abril de 2026, em Brasília. Bilton voltou há pouco dos Estados Unidos, onde acompanhou seu filho que passou duas semanas como médico-visitante no New York Presbyterian Hospital. A jornalista Lilia Giannotti, da equipe de Comunicação da ACAD Brasil, conversou com Bilton sobre sua belíssima trajetória de sucesso e sobre uma de suas crenças: “o Brasil ainda está cheio de oportunidades”. 

Qual é a história da origem da Companhia, em uma época que não existia o mercado fitness?

Em 1985, o que existia era “puxador de ferro” e espaços como Apolo, Eugeninho dedicados à essa prática, que eram frequentados só por homens, as escolas de natação e os espaços de dança voltados para as mulheres, porque na época não existia academia mista. Era tudo bem segmentado e cada espaço atendia um determinado público. Nossa fonte de inspiração para esse modelo mais completo eram os clubes nos Estados Unidos. A Companhia Athletica foi criada já sob o conceito de clube, para ser um espaço muito completo com a proposta de atender toda a família. Fomos uma das pioneiras no modelo de academia que tinha ginástica, musculação, esportes de quadra, natação e inclusive na época do surgimento da aeróbica, que foi uma febre no Brasil. A maioria que hoje atua no mercado de fitness não faz ideia de que naquela época não havia controle de entrada automático. A recepcionista procurava o nome do aluno numa lista, no papel… imagina a quantidade de alunos que treinava sem pagar a mensalidade? O financeiro também era feito com lápis e borracha. Nada era automatizado. Nós compramos um computador XT por 7 mil dólares e foi com ele que começamos a fazer o controle dos alunos. A CIA foi a primeira academia do país a ter esse recurso. Fomos muito pioneiros e ajudamos a criar o mercado nacional de fitness.   

Como manter uma empresa com 40 anos de atuação sempre na vanguarda da inovação e do pioneirismo?

É uma forma nossa de pensar: não existe descanso! O gestor que acreditar que “agora eu já atingi minha meta” está derrotado. Se ele não estiver constantemente incomodado, ele dança. O mercado é gigante, comporta vários ótimos players, tem espaço para todos, mas é preciso querer fazer o seu melhor, todos os dias. Se a gente imaginar que todo mundo deveria fazer uma atividade física… é esse o tamanho do nosso mercado. É uma imensidão de gente! Quem tem disposição para trabalhar muito, se dedicar sem descanso, com uma dose de resiliência tem grande chance de ter uma academia bem-sucedida. 

Nestas quatro décadas, quais foram as experiências que marcaram as operações da CIA? 

Quem estava operando em 2020, no início da pandemia, e ainda está de pé aprendeu muito sobre resiliência, sobre como confiar que haverá o dia seguinte. Na época, a gente precisava de volume, de pessoas voltando às academias, de liberação por parte das autoridades, mas as restrições por lei eram no sentido oposto: ou estávamos fechados 100% ou abria com tanta restrição que era melhor estar fechado. Na CIA, a gente opera 19 horas por dia. Imagina só poder abrir durante quatro horas?

Outro episódio histórico que nos marcou foi o confisco de contas bancárias e poupança de todos os brasileiros, feito pelo Plano Collor, em março de 1990. A CIA já era grande e todos os nossos recursos ficaram congelados. Foi o primeiro grande desafio externo. Depois que passamos por esses episódios, aprendemos muito com a resiliência, sempre acreditando no fato de que o nosso mercado é essencial e que as academias são cada vez mais necessárias para a saúde da população. 

Uma forte característica da CIA é sempre sair na frente, sendo a primeira a trazer equipamentos e modalidades do exterior. Isso faz diferença?   

Sim. Sempre trouxemos para dentro da CIA tudo o que parece ser bacana e isso é desde o nosso início. O primeiro equipamento da Life Fitness na América do Sul foi nosso, assim como a primeira bike de spinning, o primeiro step… Quando Paulo Akiau apresentou o bodypum ao mercado, a CIA foi uma das quatro academias que patrocinou a novidade. A oferta de diferentes atividades é importante para que os clientes não enjoem de seguir um único tipo de treino. Adotamos o conceito de cross training (combinar e alternar treinos aeróbicos e resistência), que é um dia treinar vôlei, no outro correr na esteira, fazer a parte de musculação, no quarto fazer uma aula de spinning em grupo e assim por diante, misturando várias atividades diferentes. Vamos abrir uma unidade em Brasília que já vem com espaço dedicado ao Hyrox — essa modalidade que ainda nem foi lançada oficialmente no Brasil, mas que a gente já colocou em algumas unidas para experimentar mesmo. Esse pensamento também nos deixa atentos aos modismos que não valem a pena trazer.  

O Brasil está mesmo cheio de oportunidades para este setor?

Sem dúvida, o mercado brasileiro tem muitas oportunidades, mas devemos levar em conta que é um mercado curioso. Neste momento, estamos debatendo sobre a atuação com a exigência apenas do tecnólogo, o que vai desafogar a imensa demanda por profissionais de Educação Física. Ao mesmo tempo que temos essa barreira, as academias brasileiras operam sob mais exigências do que as lá de fora — quatro anos de formação clássica de um profissional — o que não é tão prático. O tecnólogo, com uma formação em menos anos, pode até aprender mais, porque as faculdades não têm o foco em atuação no fitness e a formação técnica será específica, mais prática e de fato para atender o nosso mercado. A ACAD tem debatido isso com o Sistema Confef/CREF.

Um motivo de orgulho nosso na Companhia é o tamanho do foco dedicado ao público platinum — pessoas com mais de 65 anos. Este foco tem a ver com um dos nossos pilares, que é atender a família toda, do bebê ao bisavô. A maioria das academias não oferece nada para esse público, talvez porque o foco ainda seja o culto ao corpo do que a prevenção e a manutenção da saúde, mobilidade, longevidade. Você só vai ter esse público se você pensar nesse público e se dedicar a ele. Não é algo que acontece espontaneamente. Ele tem que se sentir seguro, confortável, à vontade nos espaços, acolhido, percebendo que algo foi pensado exclusivamente para ele. Pensar na longevidade com qualidade é uma super oportunidade que as academias estão desperdiçando. Quem não gosta de cuidar de gente, está no setor errado. Nosso negócio é de gente cuidando de gente. E isso não é só a nossa assinatura, mas é o nosso propósito. No nosso setor, o gestor precisa gostar de falar com as pessoas, de ouvi-las e fazer o que for possível para melhorar a vida das pessoas. Uma das maiores forças desse setor é a sociabilização — e ela precisa fazer parte da equação dos negócios de academias.

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